quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Populismo perverso

Sócrates e Aristóteles, há séculos antes de Cristo, faziam diagnósticos e apresentavam soluções que, lamentavelmente, estão se perdendo no conhecimento e na ciência política moderna.
Estes filósofos gregos ancestrais perceberam, por exemplo, que as três formas de governo até então vigentes, continham vícios estruturais graves que deveriam ser corrigidos.
A Monarquia, ou governo de um, era sujeita a se converter em Ditadura, em conseqüência da hegemonia de interesses dos “amigos do rei”.
A Aristocracia, ou governo de um grupo, acabava fatalmente se convertendo em Oligarquia, sob os interesses das elites privilegiadas.
A Democracia, ou governo de todos, tendia a se converter em Demagogia, em decorrência da busca de preservação do poder, por parte dos governantes.
Em razão disso, como forma de se evitar os principais vícios daquelas formas de governo, foi proposta a institucionalização da República, que reúne aspectos estruturais das formas anteriores, por meio da criação das seguintes instituições:
1)   Um presidente, em substituição ao Monarca;
2)   Um parlamento que substitui a Aristocracia;
3)   Um sistema de comunicação que dá transparência e maior legitimidade à democracia.
Assim, a República seria o sistema com condições para corrigir as principais mazelas das demais formas de governo.
Entretanto, o populismo da esquerda está destruindo a República, como forma de abrir caminho para o comunismo perverso, que tende a reverter a situação para algo ainda mais retrógrado do que as formas de governo originais, antes mencionadas.

E como os governos populistas fazem isso?
1)   Dividem a população em grupos antagônicos (Capital x Trabalho, Pobres x Ricos, de Esquerda x de Direita, Classe A x Classe B, Contra x a Favor, etc...), evidenciando aspectos divergentes entre esses grupos.
2)   Polarizam a sociedade sob a insinuação de que “se você está mal, é porque outro está bem” e “se alguém está bem, é porque prejudicou outros, inclusive você”;
3)   Insurgem a população a substituir os argumentos racionais e lógicos pelas paixões, que são mais facilmente manipuláveis;
4)   Evidenciam as necessidades e as fragilidades de certos grupos, denominados minorias, como forma de criar coesão e unicidade de interesses de categorias específicas; 
5)   Multiplicam a pobreza, que é mantida sob controle e dependência, porém votante;
6)   Criam situações para que as pessoas, individualmente, se sintam incapazes, impotentes e dependentes do paternalismo do Estado;
7)   Anulam a dignidade das pessoas, com a falácia de que o estado responde por certos interesses individuais dos cidadãos;
8)   Criam a ilusão de educação e saúde grátis, omitindo o fato de que estes serviços, com qualidade, têm custo muito alto;
9)   Criam dependência material dos mais necessitados, por meio de fornecimento de recursos básicos de primeira necessidade, usando os recursos do erário público;
10)       Usam a mídia para promover pseudo líderes, com características populares, porém providos de retórica paternalista e postura de defensor do povo;
11)       Usam os erros de governos anteriores para se auto-proclamarem como pseudo-salvadores da pátria;
12)       Suprimem da população as fontes de conhecimento e de orientação da razão, por meio da estimulação da contra cultura e da desqualificação dos costumes convencionais;
13)       Desestruturam as bases de sustentação da família tradicional;
14)       Desestimulam práticas culturais, tais como a religião e as culturas tradicionais regionais;

Com essa desestruturação, torna-se relativamente fácil, por meio dos ilusórios conceitos de socialismo e comunismo, pregar a idéia utópica e absurda da sociedade igualitária, onde tudo é de todos e nada é de ninguém.
Contudo, a disseminação desse conceito na população não passa de preparação do terreno para que um reduzido grupo de privilegiados, detentores de poderes plenos, façam uso indiscriminado de toda a riqueza da nação, enquanto a população se isola e se vê mergulhada cada vez mais num processo de emburrecimento e miséria coletivos, manipulada pelos pseudo líderes.